quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Primeira Sessão de Quimioterapia

Com a definição da doença o dia 19/12/2008 foi marcado pela minha primeira dose de quimioterapia.

O nome do protocolo adotado é CHOP, isso dá margem para algumas brincadeiras com os amigos, “o SUS ta pagando para você receber CHOP na veia”, hehehehehe, pois é bom humor nesses casos é fundamental.

Esse protocolo irá funcionar da seguinte maneira:

Cada ciclo de quimioterapia dura 5 dias, sendo o primeiro dia a dose da vermelhinha que não sei o nome e no restante dos dias outros medicamentos.
Cada ciclo irá se repetir a cada 21 dias. Ao todo serão 5 ciclos.

Efeitos colaterais da primeira quimioterapia:

Por incrível que pareça não senti nenhuma grande alteração em mim. Tive uma pequena perda de apetite no terceiro dia após tomar a vermelhinha e algumas aftas na boca na ultima semana, ou seja, ontem.

Adversário identificado

No dia 19/12/2008, graças ao nosso empenho e muita pressão nos médicos, enfim conseguimos o tal diagnóstico vindo de São Paulo. Trata-se de um oponente de peso, conhecido como Linfoma Não-Hodgkin de Células T periférico. Um tipo de linfoma bastante agressivo e raro que representa menos de 10% dos casos dentre os linfomas.

Quarta internação (12/12/2008 a 23/12/2008)

Fui novamente internado as pressas, com muitas dores no peito e falta de ar, meu rosto parecia ao do fofão. Estava realmente muito sintomático a ponto de conseguir um leito na cti, ainda bem que não precisei :-)

Novamente fiz uma citoredução que acabou com os sintomas em questão de horas, o resultado dos exames estava para chegar e era tudo o que eu mais queria de presente de natal, enfim conseguir um diagnóstico definitivo e com ele o direto de poder me tratar de maneira correta.

Investigação - Terceira internação (20/11/2008 a 05/12/2008)

No dia 20/11/2008 eu tinha uma consulta de acompanhamento para ver como os sintomas estavam, infelizmente precisei ser internado as pressas já que os corticóides não estavam mais segurando minha estabilidade clinica.
Fui submetido a uma quimioterapia “fraca” chamada de citoredução, isso fez com que o tumor regredisse e assim eu ficasse momentaneamente melhor.

Nisso é possível observar que são quase 60 dias sem iniciar o tratamento correto contra um tipo de doença que é bastante agressiva.

Ao menos uma coisa era fato se tratava de um linfoma, mas ainda não se sabia exatamenteo tipo dele e portante não era possível estabelecer um protocolo quimioterápico.

Investigação - Segunda internação (24/10/2008 a 05/11/2008)

Assim como aconteceu na primeira vez, fui internado para amenizar os sintomas de inchaço e falta de ar, e ainda esperar o resultado das biopsias que para minha surpresa não conseguiram identificar o linfoma.

Desse ponto em diante travamos uma verdadeira batalha contra o tempo, pois como os resultados não haviam sido conclusivos das outras biopsias, teríamos que fazer outra, dessa vez retirando mais fragmentos para tentar chegar a um denominador comum.
Além da dificuldade para o diagnóstico, caímos na burocracia, pois o laboratório de patologia do hospital que eu estava não possuía todos os marcadores suficientes para diagnosticar, precisando enviar as amostras para serem analisadas em São Paulo.
Pela demora em obter os resultados e minha considerável melhora clinica por conta dos corticóides (prednisona), recebi alta para esperar até que os exames ficassem prontos.

Investigação - Primeira internação (30/09/2008 a 16/10/2008)

Nessa primeira etapa fui submetido a uma punção no peito também conhecida como biopsia, onde através de uma agulha foram retiradas amostras do tumor para analise. Infelizmente na maior parte dos casos a quantidade de amostra retiradas nesse procedimento são insuficientes para uma analise completa.
Foi-me apresentada então a mediastinoscopia, nossa o nome assusta, mas o procedimento não é dos piores, pois tem sedação. Nele são retirados pedaços dos linfonodos para serem estudados.

Encarando o Consultório

No dia 27 de setembro, um sábado depois de relutar fazer uma consulta médica, me desloquei até o hospital de urgência da Ulbra, que até então fazia atendimentos e exames na mesma hora pelo Sus.
Chegando lá passei por um clinico geral que vou identificar como Dr. JA, após eu contar todos os sintomas que eu tinha, ele me solicitou um RX que foi feito imediatamente.

O inicio do pesadelo

Depois do RX o Dr. JA ficou surpreso com o que viu, ele disse que meu mediastino estava sendo desviado e que isso estava ocorrendo por que alguma coisa estava lá. Partimos então para uma tomografia, que diabos é isso? eu que não tomava nem melhoral infantil fazer uma tomo, mas tudo bem. Para nossa surpresa mais dele que minha, foi possível identificar uma massa entre os dois pulmões e coração medindo 14 cm.

Dentre os diagnósticos prováveis estavam: sarcoidose e linfoma.

O ultimo era um velho conhecido já que eu como disse anteriormente sou bastante curioso e o oráculo é uma ferramenta poderosa quando se sabe usar, relacionando os sintomas que eu tinha indicavam exatamente o tal linfoma. A conversa com o Dr. JA foi direta já que eu conhecia todos os procedimentos dos quais seria submetido.
É claro que se imaginar que tem algo e ter certeza faz uma grande diferença. Entrei em pânico, na verdade foram as poucas vezes que realmente fiquei sem chão.

Sintomas X Paranóia

Tudo começou exatamente a uma semana da minha formatura, quando ainda estava sobre forte stress da conclusão do curso. Naquele final de semana me senti muito cansado tanto que simplesmente passei o final de semana todo dormindo. Contudo depois de um merecido descanso estava com as baterias carregadas para a tão desejada colação de grau.

Mas ai vem à pergunta, o que são sintomas de uma doença e o que é paranóia?

No meu caso atribui diversos “sinais” como obra do stress. Entre eles:

Perda de peso, sudorese noturna, muito cansaço e um tal caroço no pescoço.

Pois bem nem tudo que parece é, por via das dividas procure um médico ou seja curioso como eu e consulte o oráculo (google):-).